No capítulo anterior...
Beija
chora na despedida da fazenda
No
arraial Padre Aranha e Fortunato tentam evitar, mas ela parte
Antonio
vai se consolar com o vigário
Depois
conversa com Vado, mas são surpreendidos por Sampaio
CAP. 32
SAMPAIO: Posso saber qual é o
assunto? (e antes da resposta) Aliás, nem precisam me responder. Sei que
falavam de Beija.
ANTONIO (tentando
desconversar): Esse assunto é página virada, meu pai...
SAMPAIO: Não parece... Se
fosse mesmo o senhor não teria ido ao arraial pra acompanhar a partida daquela
lá...
VADO (tentando contornar):
Não, seu Sampaio, Antonio foi ao arraial pra/
SAMPAIO (cortando): Ver a
partida de Beija. Deixe de ser capacho de Antonio, Vado! Não precisa tentar me
enganar que não sou trouxa! Conheço muito bem o filho que tenho. (pausa) O que
me serve de consolo é que aquela lá se foi. E se Deus quiser, pra nunca mais
voltar!
QUINZE DIAS DEPOIS...
A comitiva de Beija se aproxima de Vila Rica, a capital das
Minas Gerais.
BEIJA: Moisés, pare no
primeiro riacho que encontrar, para descansarmos um pouco. Estou exausta e
creio que os animais também.
Logo adiante a estrada desemboca nas margens de um caudaloso
riacho. A ordem da patroa é atendida.
BEIJA: Vamos fincar
acampamento e dormir aqui. Mas primeiro tomem um banho, descansem um pouco.
Façam o de sempre: homens abaixo e só voltem quando eu chamar.
JOSUÉ: Preferimo tomá banho
depois, Sinhá. Depois de armá o acampamento...
BEIJA: Vocês quem sabem.
Mas pelo menos descansem um pouco. Estamos na estrada desde a madrugada.
JOSUÉ: Nhá sim.
Em seguida os escravos armam três barracas: uma para a patroa,
uma para os homens e outra para as mulheres, espalham alguns tamboretes e
alguns colchões de palha.
BEIJA: Flaviana, prepare um
jantar dos bons. Estou faminta e com vontade de comer carne de porco. Separe
para mim um doce de figo e um de leite, para a sobremesa. E antes de tudo, me
prepare um cafezinho fresco.
Os homens acendem o fogo enquanto as escravas preparam a comida.
As carnes, os doces e o café, além de outros preparados foram trazidos de Araxá
e viajam acondicionados em
latas. As pousadas eram escassas e cada comitiva se via
obrigada a transportar a maioria dos gêneros de que precisasse para toda a
viagem.
Minutos depois um elegante e bem vestido cavalheiro se aproxima,
montando seu cavalo baio. Sob o olhar de curiosidade de todos, apeia e se
aproxima de Beija.
LOURENÇO (beijando-lhe a mão):
Encantado, Senhorita.
Continua amanhã...
Nenhum comentário:
Postar um comentário