No capítulo anterior...
Dona
Ceci recebe Beija muito mal
Ela é
acusada de ter tramado a morte do avô para fugir com o Ouvidor
Acuada,
Beija conta que tem se encontrado com Antonio
Irada,
Dona Ceci escorraça Beija de sua casa
CAP. 23
Beija se retira aos prantos, profundamente decepcionada. Antonio
chega e toma conhecimento do acontecido, mas prefere não ir atrás da amada para
não complicar ainda mais a situação.
Horas depois, ainda muito abalada, recebe a visita de Padre
Aranha.
PADRE: Antonio não havia
lhe contado nada sobre a mãe, como ela encarava a situação?
BEIJA: Não. Mas não creio
que tenha feito isso por mal. Certamente queria me poupar do veneno daquela
jararaca...
PADRE: Filha, escute meu
conselho: afaste-se de Antonio. Isso não tem como prosperar... Até entendo que
vocês se amam desde a infância, sou testemunha disso, mas os tempos agora são
outros...
BEIJA: Mas se o senhor
mesmo diz que acredita no amor da gente... Por que um amor tão bonito e forte
não pode vingar?
PADRE: Seria preciso que
vocês se mudassem daqui para um lugar bem distante, isolado de todos para que
pudessem ser felizes em paz. E Antonio
não me parece disposto a fazer isso...
BEIJA: Nem eu, padre! Quero
ser feliz aqui, na minha terra, onde me criei. Quer dizer que para ter o
direito de viver o meu amor terei de viver escondida feito um bicho? Isso
nunca!
PADRE: Entenda, o povo é
muito preconceituoso, tem a língua muito solta. Aqui vocês sempre serão motivo
de comentários... Sempre...
BEIJA: Farei esta proposta
a Antonio. Garantiu-me que está disposto a enfrentar tudo e todos para vivermos
esse amor. E com ele do meu lado, Padre, também estou disposta...
Na noite seguinte, um jantar na fazenda dos Sampaio traçará novo
rumo para este romance...
SAMPAIO (se dirigindo a cada
um): Felizardo, Dona Genoveva, Ceci, Antonio e Aninha esta noite é muito
especial para todos nós. Ela marca o início de uma nova era no relacionamento
das famílias Sampaio e Felizardo/
ANTONIO (cortando): Quanta
cerimônia, meu pai...
SAMPAIO: Sim, mas quero que
seja solene mesmo, porque o que aqui será anunciado unirá nossas famílias para
sempre/
CECI: Será o que estou
pensando?
SAMPAIO: Provavelmente sim...
(feliz e orgulhoso) Felizardo e eu marcamos hoje o casamento de Antonio com
Aninha... (erguendo a taça de vinho) Um brinde aos noivos!
Todos ficam eufóricos, exceto Antonio, chocado e sem saber como
reagir à notícia. Segundos depois, refeito do choque, toma coragem para
questionar.
ANTONIO: Mas meu pai, ainda
não é muito cedo para se marcar esse casamento?
SAMPAIO: Não, meu filho, não
há motivos para esperar mais. Vocês já se conhecem há tempos, se dão bem e o
momento é agora. Além do mais, do que precisarem poderão contar comigo e Felizardo...
ANTONIO: Não sei...
SAMPAIO: Mas eu sei o que é
bom para você. O casamento será daqui a um mês. (se dirigindo à Ceci e
Genoveva) Agora é com vocês... Terão um mês para preparar uma festança das
boas, daquelas que São Domingos dos Arachás nunca se esquecerá...
Todos brindam felizes, menos Antonio que faz cara de desolado.
Aninha esboça um sorriso, mas sequer abre a boca, tamanha a sua timidez...
Dois dias depois, na casa de Beija... Antonio passa a maior
parte do tempo calado, cabisbaixo, introspectivo, apenas a abraça a maior parte
do tempo.
BEIJA (inconformada):
Antonio, diga-me de uma vez por todas: afinal de contas, o que há com você? O
que aconteceu de tão grave que não quer se abrir comigo? Não agüento mais esse
clima!
ANTONIO: Não sei nem por onde
começar... Mas preciso falar. Também não agüento ficar com esse nó na garganta.
(pausa) Daqui a um mês me caso com Aninha Felizardo. É isso. Falei!
BEIJA (incrédula): O quê?
Continua amanhã...
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