19 de dez. de 2011

Encontro do Século - CAP. 31



No capítulo anterior...
Felizardo procura Sampaio para tirar satisfações
Sampaio mente que mandou Antonio procurar Beija
Garante ainda que o casamento está confirmado
Beija relembra o avô e chora na partida da fazenda

CAP. 31

Severina e Beija embarcam na charrete e seguem. Na passagem pelo arraial muitos se aglomeram na porta da hospedaria para ver sua partida.

FORTUNATO (se aproximando): Tem certeza que vai mesmo nos deixar, minha querida?
BEIJA: Não vou lhes deixar... Meus verdadeiros amigos estarão sempre aqui (apertando a mão contra o peito) no fundo do meu coração...
PADRE ARANHA: Você está mesmo segura do que está fazendo, minha filha?
BEIJA: Estou, vigário. Não poderia viver aqui da forma que estava...
PADRE: Mas você mal chegou, não deu tempo ao tempo...
BEIJA: Parece que tem feridas que não cicatrizam nunca, Padre. Tanto tempo se passou e tudo continua como se tivesse sido ontem.
PADRE: Você me parece tão convicta que não me resta outra alternativa senão lhe desejar sorte na sua nova vida.
BEIJA: Isso, Padre, me deseje sorte, muita sorte!

Ela acena para todos e a comitiva parte rumo ao Rio de Janeiro. À distância Antonio observa tudo. Pouco depois, quando as coisas se acalmam, ele procura o vigário na sacristia.

ANTONIO (com voz embargada): Padre... Ela se foi...
PADRE: Sim, filho, foi tentar a vida no Rio de Janeiro.
ANTONIO: Mais uma vez eu fui fraco! Não fui capaz de lutar pelo nosso amor.
PADRE: Não se culpe por isso, tem coisas que não são pra ser...
ANTONIO: Beija tinha razão, eu não fui capaz de lutar por ela!
PADRE: Não dependia apenas de você. Já é um homem noivo, compromissado com outra. Não vale a pena ficar lutando contra o destino.
ANTONIO: Mesmo quando a gente quer muito esse outro destino?
PADRE: Mesmo assim... Você sofrerá um pouco agora, mas no futuro entenderá que tudo aconteceu para o seu bem.
ANTONIO (mais confortado): Será mesmo, vigário?
PADRE: Filho, Deus escreve certo por linhas tortas. Se Ele quis assim, é porque assim será melhor para todos.

Mais tarde, Antonio e Vado conversam na varanda da fazenda.

VADO: Foi bom ter acontecido assim, porque agora ocê tira essa mulher da cabeça de uma vez por todas.
ANTONIO: Não sei... Ela ficou em Paracatu dois anos e não passei um único dia sem pensar nela.
VADO: Deixa de ser besta, hôme, ocê agora vai casar com outra. Vai ter mulher a hora que quiser... Daqui uns dia nem vai mais lembrar de Beija...
ANTONIO: Sei não, Vado, sei não... Depois de tudo que a gente viveu nesses últimos dias, tantas noites de amor, de paixão, acho muito difícil esquecer Beija.

O coronel os surpreende.

SAMPAIO: Do quê mesmo que os senhores estão falando?

Continua amanhã...

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