3 de dez. de 2011

Encontro do Século - CAP. 18



No capítulo anterior...
Antonio tenta ser indiferente ao reencontrar Beija
O padre a adverte sobre a família do ex-noivo
Os amigos consolam Beija depois do escândalo na igreja
Vado pressiona Antonio e tenta descobrir seus verdadeiros sentimentos

CAP. 18

VADO: Me responda, Antonio, você ama ou não ama Beija?
ANTONIO (pensando entre uma frase e outra): Isso é uma coisa muito difícil de responder... A situação agora é outra... Beija é uma mulher dama... Eu estou noivo de Aninha Felizardo... Acho que cada um de nós vai ter de seguir o seu caminho...
VADO: Não foi essa a pergunta que eu te fiz...
ANTONIO (taxativo): Com amor ou sem amor, agora é tarde... (mudando o tom) E agora vamo continuar tirando o leite que o sol tá quase abaixando...

A poucos metros dali, na varanda da casa grande, tomando um saboroso café quente...

CECI: Acho que a solução agora é apressar o casamento com Aninha... Antonio sempre foi um homem de responsabilidade. Não há de voltar atrás no compromisso assumido.
SAMPAIO: Não sei não... Tenho cá as minhas dúvidas... Pra mim Antonio ainda sente alguma coisa por Beija...
CECI: Você acha mesmo?
SAMPAIO: Quase certeza. Teve aquela ida dele em Paracatu, que embora negue seguidas vezes, não me convence... Hoje já arrumou desculpa para ir conversar com o vigário. Depois eu soube que ela estava lá...
CECI: Essa mulher só pode ter feito algum feitiço para deixar nosso filho assim. Já não é o bastante o posto de “moça do ouvidor” e todo o dinheiro que ganhou lá? Tinha que voltar para nos infernizar? Porque não ficou por lá mesmo?
SAMPAIO: Oras, certamente o Ouvidor não quis levá-la... É casado, tem mulher e filhos na Corte...
CECI: Não tenho liberdade para falar desses assuntos com Antonio, mas você poderia ter uma conversa franca com ele... Sondar seus planos... E não deixe por menos, imponha sua vontade.

Na manhã seguinte, enquanto verificam os chiqueiros...

SAMPAIO: Filho, me diga uma coisa. Você e Aninha Felizardo, como estão?
ANTONIO (fingindo não entender): Estamos bem, meu pai.
SAMPAIO: Eu sei, mas estou perguntando do casamento...
ANTONIO: (sem saber o que responder) Ah... Casamento... Uai... O senhor não acha que tá um pouco cedo pra falar disso? Começamos a nos conhecer melhor há pouco mais de seis meses...
SAMPAIO: Com seis meses sua mãe e eu já estávamos casados e ela esperando você...
ANTONIO: Ah, pai, mas os tempos eram outros...
SAMPAIO: Os tempos são os mesmos, meu filho, o que muda é o seu interesse em constituir ou não a sua família...
ANTONIO: Interesse eu tenho, pai...
SAMPAIO (conclusivo): Você já respondeu o que eu queria saber.

Três dias depois, à noite. Antonio caminha de um lado para outro do estábulo enquanto Vado observa e tenta adivinhar o motivo de sua ansiedade.

VADO: O que você tem, hôme, que não para de andar de um lado pro outro?
ANTONIO (impaciente): nada, Vado. Não tenho nada. Me deixe!

Momentos depois...

ANTONIO: Quer saber de uma coisa? Eu vou lá. E vai ser agora!

Ele monta no cavalo e sai galopando. Vado fica sem entender...

Continua segunda-feira...

Nenhum comentário:

Postar um comentário