No capítulo anterior...
Antonio
tenta ser indiferente ao reencontrar Beija
O padre
a adverte sobre a família do ex-noivo
Os
amigos consolam Beija depois do escândalo na igreja
Vado
pressiona Antonio e tenta descobrir seus verdadeiros sentimentos
CAP. 18
VADO: Me responda,
Antonio, você ama ou não ama Beija?
ANTONIO (pensando entre uma
frase e outra): Isso é uma coisa muito difícil de responder... A situação agora
é outra... Beija é uma mulher dama... Eu estou noivo de Aninha Felizardo...
Acho que cada um de nós vai ter de seguir o seu caminho...
VADO: Não foi essa a
pergunta que eu te fiz...
ANTONIO (taxativo): Com amor
ou sem amor, agora é tarde... (mudando o tom) E agora vamo continuar tirando o
leite que o sol tá quase abaixando...
A poucos metros dali, na varanda da casa grande, tomando um
saboroso café quente...
CECI: Acho que a solução
agora é apressar o casamento com Aninha... Antonio sempre foi um homem de
responsabilidade. Não há de voltar atrás no compromisso assumido.
SAMPAIO: Não sei não... Tenho
cá as minhas dúvidas... Pra mim Antonio ainda sente alguma coisa por Beija...
CECI: Você acha mesmo?
SAMPAIO: Quase certeza. Teve
aquela ida dele em Paracatu, que embora negue seguidas vezes, não me
convence... Hoje já arrumou desculpa para ir conversar com o vigário. Depois eu
soube que ela estava lá...
CECI: Essa mulher só pode
ter feito algum feitiço para deixar nosso filho assim. Já não é o bastante o
posto de “moça do ouvidor” e todo o dinheiro que ganhou lá? Tinha que voltar
para nos infernizar? Porque não ficou por lá mesmo?
SAMPAIO: Oras, certamente o
Ouvidor não quis levá-la... É casado, tem mulher e filhos na Corte...
CECI: Não tenho liberdade
para falar desses assuntos com Antonio, mas você poderia ter uma conversa
franca com ele... Sondar seus planos... E não deixe por menos, imponha sua
vontade.
Na manhã seguinte, enquanto verificam os chiqueiros...
SAMPAIO: Filho, me diga uma
coisa. Você e Aninha Felizardo, como estão?
ANTONIO (fingindo não
entender): Estamos bem, meu pai.
SAMPAIO: Eu sei, mas estou
perguntando do casamento...
ANTONIO: (sem saber o que
responder) Ah... Casamento... Uai... O senhor não acha que tá um pouco cedo pra
falar disso? Começamos a nos conhecer melhor há pouco mais de seis meses...
SAMPAIO: Com seis meses sua
mãe e eu já estávamos casados e ela esperando você...
ANTONIO: Ah, pai, mas os
tempos eram outros...
SAMPAIO: Os tempos são os
mesmos, meu filho, o que muda é o seu interesse em constituir ou não a sua
família...
ANTONIO: Interesse eu tenho,
pai...
SAMPAIO (conclusivo): Você já
respondeu o que eu queria saber.
Três dias depois, à noite. Antonio caminha de um lado para outro
do estábulo enquanto Vado observa e tenta adivinhar o motivo de sua ansiedade.
VADO: O que você tem,
hôme, que não para de andar de um lado pro outro?
ANTONIO (impaciente): nada,
Vado. Não tenho nada. Me deixe!
Momentos depois...
ANTONIO: Quer saber de uma
coisa? Eu vou lá. E vai ser agora!
Ele monta no cavalo e sai galopando. Vado fica sem entender...
Continua segunda-feira...
Nenhum comentário:
Postar um comentário