12 de dez. de 2011

Encontro do Século - CAP. 25



No capitulo anterior...
Antonio comunica seu casamento com Aninha Felizardo
Beija fica decepcionada
Antonio fala das dificuldades que o relacionamento deles enfrentaria
Diz que o pai o deserdaria e o expulsaria de casa
Beija propõe mudar de Araxá e sustentar Antonio

CAP. 25

BEIJA: Vamos embora daqui, de uma vez por todas, viver o nosso amor?
ANTONIO: E ser um homem sustentado pela mulher? Isso nunca!
BEIJA: Está vendo? Você não faz nenhuma concessão para ficar comigo, não abre mão de nada! Nem da sua família, do casamento com aquela infeliz, nem do seu orgulho besta, nada!
ANTONIO: Isso não é verdade. Fiz muito para ficar com você. Até a Paracatu eu fui...
BEIJA: E porque não me procurou? Teria abandonado tudo e fugido com você...
ANTONIO: A Beija que eu vi em Paracatu não era a Beija que conhecia. Você estava tão feliz e sorridente nos braços do Ouvidor que sequer me atrevi a interromper sua felicidade...
BEIJA: Fingimento! Tudo fingimento! Nunca fui feliz ali. Me comportava daquele jeito tentando enganar a mim mesma e aos outros... Por que não me procurou, Antonio?

(Pausa) Beija chora enquanto Antonio tem uma certa dificuldade para lidar com a situação.

ANTONIO: É melhor deixarmos que as coisas sigam seu caminho natural. Cada um segue o seu caminho. Quem sabe daqui a algum tempo as coisas mudam?
BEIJA (irônica): Mudam... Depois que estiver casado, cheio de filhos... Muda o quê? Vou ter que me contentar com as sobras de Aninha Felizardo? Agora sou eu quem digo: isso nunca! (decidida) Aliás, Antonio, sua escolha já foi feita e veio aqui apenas me comunicar sua decisão. Pois bem, o comunicado foi feito e você já pode se retirar.
ANTONIO: Calma, Beija, não é bem assim... Calma...
BEIJA (empurrando-o até a porta): Vá embora, Antonio e não volte nunca mais! Passar bem, senhor Antonio Sampaio, passar bem (e bate a porta).

Ela escora na porta e chora amargamente. Pouco depois Severina corre em socorro da patroa.

SEVERINA (levantando-a): Não fique assim... A Sinhá não pode sofrer desse jeito... Ele não merece.
BEIJA (chorosa): Você ouviu, Severina? Ele não abre mão de nada para ficar comigo... Nada...
SEVERINA: Vamos para o quarto. A Sinhá precisa descansar um pouco. Vou lhe preparar uma sopinha de legumes bem gostosa...

Na manhã seguinte, no pasto da fazenda dos Sampaio...

VADO: E como ficou a sua situação com Beija?
ANTONIO: Acho que rompemos de vez...
VADO: Ocê fez o que devia fazer. Esse caso d’oceis não tinha futuro mesmo. Ainda mais contra a vontade do seu Sampaio e da dona Ceci... Ocê fez a coisa certa.
ANTONIO: Fiz, Vado, mas meu coração está partido em pedaços. Eu amo Beija e nunca deixei de sonhar com o dia que voltasse para São Domingos. Pensava que bastava ela pisar aqui pra gente reatar e viver nossa história... E agora as coisas acontecem dessa maneira...
VADO: Seu relacionamento com Beija nunca daria certo... Imagina, com quantos hôme ela num deve ter se deitado em Paracatu... Cada vez que ocê fosse num lugar ficaria morrendo de medo que algum lhe apontasse o dedo, debochasse da sua cara... Já pensou nisso?
ANTONIO: Já, já pensei sim. E meteria bala na cara do primeiro engraçadinho que se atrevesse a tanto... (pausa) Pensando bem, você tem razão: foi melhor assim... Melhor cortar o mal pela raiz. Agora eu preciso é sufocar esse sentimento dentro de mim... Preciso matar esse amor que sinto no meu peito...

Beija reúne para um jantar especial o Padre Aranha, Fortunato, Belegarde. Os escravos Moisés, Josué, Flaviana e Severina se postam na entrada da sala.

BEIJA: Meus amigos, meus empregados, diante dos últimos acontecimentos, diante do meu desentendimento com Dona Ceci e meu rompimento com Antonio Sampaio, resolvi convocá-los porque tomei uma importante decisão, talvez a mais importante da minha vida.

Continua amanhã...

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