No capítulo anterior...
Depois
da surra, Domitília perde o bebê que esperava
Pedro
se entristece e lhe pede perdão
Beija
reabre a chácara e recebe Coronel Lourenço, de Vila Rica
Chalaça
interroga Pedro sobre a briga com Domitília
Pedro
revela que Beija armou o flagrante de “adultério”
Chalaça
rapidamente informa a Domitília
Ela
ordena que Moraes providencie a morte de Beija
CAP. 218
MORAES: Titília, tem mesmo
certeza que quer fazer isso? A Viscondessa de Araxá é uma mulher muito
influente...
DOMITÍLIA: Se não estivesse
certa não teria lhe chamado aqui. Mate Beija! Quero o meu caminho livre daquela
mulher.
Benedita, com o ouvido colado na fresta da porta, ouve tudo.
BENEDITA: Meu Deus! Matar Beija?! Titília enlouqueceu de vez...
Corta a para o sobrado da Rua do Ouvidor, na sala.
BEIJA: O que quer me falar
de tão importante, Baronesa de Sorocaba?
BENEDITA: A Viscondessa de
Araxá sabe que lhe devo a minha vida e que esta gratidão não tem dinheiro
nenhum que pague...
BEIJA: Sim, sei disso, a
Baronesa já me disse várias vezes. Mas, afinal de contas, o quê mesmo quer me
dizer?
BENEDITA: Dona Beija precisa
tomar muito cuidado porque estão tramando a sua morte. Soube isso de fontes
seguras. E como lhe tenho em alta estima, vim correndo lhe avisar.
BEIJA: Só existe uma pessoa
que pode querer a minha morte nessa cidade, que é a sua irmã, a Marquesa de
Santos.
BENEDITA: Ela mesma,
Viscondessa. Mas pelo amor de Deus, não diga a ninguém que lhe contei nada.
Ninguém sabe que reação pode ter se souber disso.
BEIJA: Fique tranquila,
Baronesa, seu segredo está bem guardado comigo. Tomarei todo o cuidado. Muito
obrigada pela lealdade.
Nos dias seguintes, Benedita sente muitos enjoos e o médico
conclui que está grávida.
Na sala da Casa Amarela...
PEDRO: Soube que Baronesa
de Sorocaba não tem passado bem nos últimos dias. O que houve?
BENEDITA: Estou esperando um
filho.
PEDRO: Que coisa
maravilhosa! Um filho é sempre uma dádiva.
BENEDITA: Um filho seu, Pedro.
Nesse exato instante Domitília desce as escadas e ouve a
revelação.
DOMITÍLIA (com ódio nos
olhos): Filho de quem mesmo, minha irmã?
BENEDITA (constrangida): De
Boaventura Delfim, oras, do meu marido, Titília. De quem mais poderia ser?
DOMITÍLIA: Mas seu marido está
viajando há meses.
BENEDITA: Engravidei pouco
antes de sua partida...
Corta para a mesma sala, horas depois.
DOMITÍLIA (irada): Maldita! Ela
sempre quis tudo o que é meu, desde pequena! Agora quer o meu marido e o meu
trono! (instantes) Tinha algo estranho no jeito que Pedro olhava pra ela... Nos
sorrisos cheios de segundas intenções de ambos... Como fui idiota! Meu Deus...
Nos últimos meses Pedro não saía daquela fazenda... E eu, tão sonsa, não
desconfiei de nada...
TEN. MORAES: E a Marquesa vai
fazer o quê?
DOMITÍLIA: O mesmo que vamos
fazer com Beija.
MORAES: Mas se for matar
todas as mulheres que se deitam com o Imperador, terá de matar a metade da
cidade... Isso é temerário...
DOMITÍLIA: Faça o que estou
mandando. Mate-a!
Dias depois, Benedita segue da cidade para a Fazenda Santa Cruz.
No meio do caminho a charrete é emboscada por um grupo de negros. O pior não
acontece porque um tiro disparado antes da hora assusta os cavalos que partem
em disparada.
Os atiradores ainda disparam vários tiros. Um deles fere Benedita, mas sem gravidade.
Os atiradores ainda disparam vários tiros. Um deles fere Benedita, mas sem gravidade.
Corta para o sobrado da Rua do Ouvidor. Alguém bate à porta.
BEIJA: Eu atendo, Severina,
pode deixar. (e abre)
OUVIDOR MOTTA: Beija! Quanto tempo!
Estou de passagem pelo Rio de Janeiro e resolvi visitar o meu filho.
Beija fica estática.
Continua amanhã...
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