No capítulo anterior...
Pedro
espanca Domitília e Moraes ao flagrá-los na cama
Os
ministros descumprem a ordem do Imperador
Ana
Stanhouse implora pela vida do filho
O jovem
Augusto é fuzilado covardemente
Pedro
demite o Ministério a socos e pontapés
CAP. 217
Um novo Ministério é nomeado, mas a atitude do Imperador
repercute mal no meio político.
Nos dias seguintes ao espancamento Domitília passa muito mal e o
médico constata que perdera um bebê que esperava.
O Imperador então a procura.
PEDRO (segurando sua mão):
Titília, peço que me perdoe pela grande bobagem que fiz. Mas perdi o controle.
Nunca passou pela minha cabeça lhe encontrar numa situação daquela. Pensava que
você era só minha. Quando a vi nua nos braços daquele homem, não sei o que
houve comigo, fiquei cego de ódio e a partir daí não vi mais nada...
DOMITÍLIA (frágil): Claro, meu
amor. Compreendo os seus motivos. Também não sei o que deu em mim para fazer
aquilo, mas só queria chamar a sua atenção, porque estava me sentindo
rejeitada, preterida pela outra... Vamos esquecer tudo isso e viver em paz...
Enquanto isso na Chácara Cedro...
Beija surge no alto da escada, como de costume, para seu
discurso de boas vindas.
BEIJA: Senhores, esta não é
uma noite qualquer, pois temos o prazer de receber uma das figuras políticas
mais influentes da Província das Minas Gerais. Peço, por favor, uma salva de
palmas para o coronel Lourenço Castanhal do Prado, de Vila Rica. (todos
aplaudem)
Corta para o quarto.
Coronel Lourenço oferece a Beija um belíssimo anel de diamantes.
LOURENÇO: Esta é uma simples
amostra do que posso lhe oferecer, caso venha viver comigo em Vila Rica. Agora
sou um homem viúvo e nada me impede de fazer de Dona Beija a minha esposa.
BEIJA: Coronel...
Galanteador como sempre... Não posso aceitar sua proposta, ainda, que fique bem
claro, mas agradeço muito a sua generosidade. Lembro-me como se fosse hoje da
bela homenagem que me prestou na sua cidade e também do convite que lhe fiz
para que me visitasse aqui.
LOURENÇO: Bem que insisti...
Mas a senhora nada de ceder...
BEIJA: Naquela ocasião não
me sentiria confortável em me deitar com um homem debaixo do teto da sua
esposa. Mas veja como são as coisas: hoje estamos livres e podemos fazer o que
bem entendermos. (risos e brinde)
Gabinete do Imperador, no Paço Imperial.
CHALAÇA: Até hoje não entendo
como foi parar na Fazenda Santa Cruz...
PEDRO: Alguém que sabia das
traições de Titília mandou recados marcando um encontro dela com o amante e fez
a gentileza de me convidar também...
CHALAÇA: Mas para fazer isso
teria de ser uma pessoa bem informada, influente dentro do palácio...
PEDRO (deixando escapar):
Beija sempre teve grandes influências dentro do palácio... Todos gostam
muito... /
CHALAÇA: Quem?
PEDRO: Ninguém, Chalaça!
Está querendo saber demais. E agora me deixe em paz que tenho muito que fazer.
Corte rápido para a Casa Amarela.
CHALAÇA: Titília... Se te
contar a última que fiquei sabendo, você cairá dura pra trás.
DOMITÍLIA: Conte logo, homem,
não me deixe nessa agonia.
CHALAÇA: Eu não te disse? Foi
Beija quem armou o flagrante na fazenda. Ela quem mandou os recados marcando o
encontro. O próprio Pedro deixou escapar... Vim correndo te contar.
DOMITÍLIA: Beija, sempre ela!
Dessa vez vai me pagar. Essa surra vai custar muito caro!
Horas mais tarde, na mesma sala...
DOMITÍLIA (nervosa): Quanta
demora! Pensei que não viesse mais!
MORAES: Precisei tomar o
maior cuidado... Tive sorte de não ter sido morto pelo Imperador, sorte de não
ter sido mandado embora do Exército. Acha que ainda vou dar mais chances ao
azar?
DOMITÍLIA: Preciso que faça uma
coisa pra mim: providencie alguém para matar Beija.
Continua amanhã...
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