11 de jul. de 2012

Encontro do Século - CAP. 207



No capítulo anterior...
Benedita se afoga na praia. Beija e seus escravos a salvam
Ela diz que será leal e agradecida a Beija
Chalaça e o Imperador visitam um batalhão do Exército
A semelhança entre um soldado e Pedro intriga Chalaça
Pedro faz perguntas e deduz que não conhece a mãe do rapaz
Benedita e Pedro fazem amor na Fazenda Santa Cruz
A escrava acorda Domitília porque o pequeno Pedro está muito mal

CAP. 207

DOMITÍLIA: Acorde os escravos. Mande alguém atrás do médico e outro atrás de Pedro. Vamos!

Já no quarto do garoto, Domitília faz compressas com panos úmidos em suas têmporas quando o médico chega.

O mensageiro retorna.

ESCRAVO: Sinhá, D. Pedro num tá no palácio. Diz que foi pra fazenda Santa Cruz.
DOMITÍLIA: Então vá atrás dele, criatura, pelo amor de Deus! Vá logo!

Horas depois, quando Pedro chega, Domitília vem recebê-lo aos prantos.

DOMITÍLIA: Nosso filho morreu, Pedro! Nosso Pedrinho morreu...

Mesmo chocado Pedro a afaga em seus braços. Seguem-se dias de muito sofrimento.

Corta para a Quinta da Boa Vista.

LEOPOLDINA (nervosa): Pedro, tem mais de uma semana que não aparece aqui no palácio. Tem mais de uma semana que está trancafiado na casa da Marquesa. Todos estão comentando. É um absurdo! Você é um homem casado, tem família, tem compromissos a honrar!
PEDRO: Paranaguá está à frente de todos os meus compromissos. Titília está precisando muito de mim. Acabou de perder um filho com menos de um ano de idade. Você é mãe, não compreende isso?
LEOPOLDINA: Compreendo! Compreendo! O problema é esse: sou compreensiva demais! Há anos que venho sendo compreensiva sem que ninguém me compreenda.
PEDRO: Eu lhe peço, seja compreensiva, só mais um pouco. Logo tudo isso passa e a vida volta ao normal.
LEOPOLDINA: Basta, Pedro! Basta! Já suportei tudo que poderia suportar! Já que não se importa comigo, nem com sua família que vive nessa casa, vá viver com a Marquesa! Mude-se para a mansão de São Cristóvão e vá viver feliz com ela!
PEDRO: Está me expulsando da minha própria casa?
LEOPOLDINA: Sim, estou! Já que não é feliz aqui, vá buscar sua felicidade lá! Mas chega de me fazer sofrer! Deixe-me em paz!

Ouvindo os gritos e o falatório, o Marquês de Paranaguá tenta interferir.

PARANAGUÁ: Com licença, Alteza, está tudo bem aqui?
PEDRO (ríspido): Não vê que estamos no meio de uma discussão? Deixe-nos a sós! (o Marquês se retira constrangido)
LEOPOLDINA: Está vendo as situações às quais me submete? Faça isso, Pedro, vá viver com Domitília. Vamos acabar com esse martírio de uma vez por todas...
PEDRO: Não entende que não posso sair daqui? Sou um imperador e não posso abandonar meu próprio palácio. Seja sensata, criatura de Deus.
LEOPOLDINA: Está bem. Se não sai você, saio eu. Vou para o mosteiro dos Monges Franciscanos, até que meu pai venha me buscar. Mas com um detalhe: meus filhos irão junto comigo!

Continua amanhã...

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