18 de jul. de 2012

Encontro do Século - CAP. 213



No capítulo anterior...
Domitília tenta agradecer ao Ten. Moraes, mas é beijada com paixão
Chalaça chega e presencia a cena, boquiaberto
O amigo do Imperador se retira sem ser percebido
Ten. Moraes se declara para Domitília e fazem sexo
O Capitão acusa Augusto de liderar a rebelião no quartel e o ameaça
Domitília pede a Chalaça que lhe arranje escravos para um serviço sujo
Pedro pressiona Chalaça para saber o que há entre Domitília e o Ten. Moraes

CAP. 213

PEDRO: Vamos, Chalaça! Diga-me! Estou desconfiado desses dois faz tempo e se alguém sabe de alguma coisa nessa história, esse alguém é você!
CHALAÇA: Titília é tão minha amiga, me ajuda tanto, me dá conselhos... Se a prejudicar, não vai me perdoar nunca...
PEDRO: Quem é mais importante? Ela que você conheceu ontem, ou eu que te conheço da vida inteira? Ainda tem dúvidas sobre nossa amizade? Não embroma, Chalaça, te conheço muito bem e sei que está tentando me enrolar. Diga logo o que sabe. Ou terei de bani-lo da Corte novamente como fez o meu pai?
CHALAÇA: Seu pensamento está certo. Titília e o tenente Moraes estão tendo um caso. Estão se encontrando com frequência, ora na Fazenda Santa Cruz, ora na casa do Estácio. E não foi ninguém que me contou não, eu os vi atracados, aos beijos.
PEDRO: Não é possível! Era só essa que me faltava!

Chácara Cedro, quarto de Beija. O casal conversa depois do sexo.

BEIJA: Qual é a situação atual na Província Cisplatina?
PEDRO: Continuamos em guerra. Buenos Aires não abre mão da Cisplatina, eu também não vou abrir. Aquela região é muito importante para a unidade das províncias do sul.
BEIJA: Quer a minha opinião sincera? Acho que já perdemos essa guerra. O destino da Cisplatina é a independência. Pelo que sei aquele povo não tem identidade nenhuma com o resto do Brasil. Foram colonizados por espanhóis, falam outra língua, têm costumes muito diferentes dos nossos... Tente se colocar no lugar deles: não ia querer a independência também?
PEDRO: Tem razão. A independência sim. Mas entregar a Cisplatina a Buenos Aires, isso nunca!

Pedro se levanta da cama, acende um charuto, anda de um lado para outro.

PEDRO: Titília está tendo um caso com o chefe da guarda.
BEIJA: Infelizmente, Pedro, está experimentando do seu próprio veneno. Essa é a verdade. Agora sabe como Leopoldina se sentia ao ser traída dentro da sua própria casa. Dói muito, não é?
PEDRO: Talvez eu tenha sido um canalha mesmo. Mas isso não vem ao caso, o que preciso no momento é saber como vou lidar com isso de agora em diante.
BEIJA: Qualquer homem botaria Domitília porta afora, sem o menor remorso. Você não?
PEDRO: Não é tão simples assim... Tenho uma filha com ela que é um dos amores da minha vida... Mas também não quero virar motivo de chacota como o corno de coroa. Alguma decisão terei de tomar...

Dias depois, ao cair da noite...

Beija e o escravo Josué estão na estrada a caminho da chácara.

BEIJA: Preferi retornar ainda hoje para ganhar tempo. Temos muito que fazer amanhã.

Ao passar por uma mata, Josué percebe a trilha bloqueada. Assim que desce para retirar os troncos que bloqueiam a estrada, a charrete é atacada por cinco negros.

Três deles dominam Josué e ou outros dois saltam sobre Beija com chicotes em punho.

Clima de pavor.

Continua amanhã...

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