21 de jul. de 2012

Encontro do Século - CAP. 216



No capítulo anterior...
Pedro não se lembra de quem possa ser aquela mulher
Ana lembra o passado e revela a Pedro que Augusto é seu filho
Beija descobre que Domitília mandou lhe surrar
Augusto faz um discurso veemente contra o regime
O Imperador determina que os ministros absolvam o rapaz
Pedro flagra Domitília e Moraes na cama fazendo sexo

CAP. 216

PEDRO: Mas o que está acontecendo aqui?
MORAES (apreensivo): Alteza? Não... Não é nada disso... Não é bem/
PEDRO (cortando): Cala a boca e suma daqui, seu borra-botas! Meu assunto é com essa vagabunda aí!

Moraes se enrola no lençol e sai apressando apanhando algumas peças de roupa. Ao passar por Pedro, este lhe desfere um soco na cara.

PEDRO: Fica esperto, patife! (Moraes foge desesperado)
DOMITÍLIA (de joelhos): Pedro, por Deus! Pense bem no que vai fazer! Eu sou mãe dos seus filhos...
PEDRO: Agora se lembra deles, não é mesmo, sua ordinária? Eu devia era lhe encher a boca de bala! Mas não se preocupe que não vou fazer isso não... Não quero meus filhos órfãos no mundo. Apesar de ser uma safada, você é mãe deles...

Irado, Pedro pega Domitília pelos cabelos e começa a esbofeteá-la com violência.

DOMITÍLIA: Pedro, por Deus, acredite! Só fiz isso para chamar a sua atenção. Há tempos que você só dá atenção a Beija, é só com ela que conversa. Acredite! Queria chamar a sua atenção para ver o quanto lhe amo! Por Deus! Pare!
PEDRO (sempre esbofeteando): Deixa de conversa fiada! Eu lhe conheço muito bem. Beija pelo menos deita com todos, mas faz tudo às claras, nunca me enganou! Não é como você que tenta me apunhalar pelas costas! Vagabunda! Ordinária! Me traindo debaixo do meu próprio teto! Você não vale nada mesmo!

Pedro bate até perder as forças. Domitília fica estirada no chão, toda descabelada, em prantos.

Corta para um matagal, nos fundos do quartel.

O jovem augusto é trazido algemado e colocado de frente para o tronco de uma frondosa árvore. O pelotão toma posição a alguns metros com armas em punho.

CAPITÃO: Vire de costas, soldado. Será menos doloroso para você.
AUGUSTO (altivo e orgulhoso): Não! Quero ficar de frente, que é para olhar bem no fundo dos olhos dos meus algozes.
CAPITÃO: Você é quem sabe.

A alguns metros dali Ana Stanhouse se debate, contida por um grupo de soldados.

ANA (gritando, desesperada): Pelo amor de Deus! Não façam isso! É o meu filho! Ele não fez nada! Parem com isso pelo amor de Deus!

CAPITÃO (ignorando): Pelotão! Preparar! Apontar! Fogo!

Uma saraivada de tiros e jovem Augusto cai morto, com o corpo crivado de balas. A mãe se desespera. Cena dramática.

Corta para o gabinete do Imperador, algumas horas depois.

Doze ministros se entreolham assustados, diante da convocação extraordinária. Pedro, mudo na sua cadeira, visivelmente abalado, aguardando que o último adentre o recinto.

PEDRO (dirigindo diretamente): Paranaguá, o que foi que eu disse aos seus ouvidos ontem antes de me retirar do julgamento daquele rapaz?
PARANAGUÁ (apreensivo): Que absolvêssemos o rapaz.
PEDRO: E isso não foi feito por quê?
PARANAGUÁ: O coletivo de ministros optou por condená-lo. Eu dei o seu recado, Alteza, mas não quiseram me ouvir.
PEDRO (dirigindo a todos): Vocês sabem o que fizeram, senhores Ministros? Vocês mataram o meu filho! (um ooooohh apreensivo ecoa pelo recinto) É isso mesmo! Aquele rapaz que vocês condenaram ao fuzilamento era meu filho!

Instantes. As lágrimas começam a descer pela sua face. Pedro se descontrola. Ele começa a dar socos e pontapés nos ministros, enquanto os distrata.

PEDRO: Malditos! Mil vezes malditos! Vocês desobedeceram as minhas ordens! Me tiraram o prazer de conviver com o meu filho! Eu odeio vocês! Estou todos demitidos! Desapareçam das minhas vistas antes que eu os enforque com as minhas próprias mãos! Malditos! Idiotas! Imprestáveis!

Continua segunda-feira...

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