No capítulo anterior...
O
início da guerra na Cisplatina exige a presença do Imperador
Pedro
entra no quarto e pede para falar com Leopoldina
Ele
pede perdão e promete refletir sobre tudo na viagem
Pedro
beija a esposa e se despede melancólico
Domitília
e Chalaça trocam juras de amizade
A
Marquesa pergunta quem teria encomendado sua morte
Chalaça
afirma que a única interessada seria Beija
CAP. 210
CHALAÇA: Sabemos muito bem
que a Imperatriz, mosca morta como é, não seria capaz de uma atitude dessas.
Quem seria beneficiado pela sua morte? Quem teria caminho livre para se
aproximar do Imperador? Quem foi mal recebida e humilhada na festa da Marquesa?
A Viscondessa de Araxá. Só pode ter sido ela. Isso é vigança, Titília, coisa de
mulher despeitada.
DOMITÍLIA: Essa Beija me paga!
Vai se arrepender de ter cruzado meu caminho! Quer dizer, vai se arrepender no
inferno, porque aqui na terra vou acabar com ela!
Pedro embarca para o sul do país.
Nos dias que se seguem a Imperatriz não sai do quarto. Seu
estado de saúde se agrava e o médico é chamado.
MÉDICO: Dona Leopoldina
estava grávida e sofreu um aborto, provocado, infelizmente, pela sessão de
espancamento a que foi submetida. Teve uma forte hemorragia e agora teremos de
esperar os próximos dias para ver como seu organismo reage.
O Marquês de Paranaguá e o casal de embaixadores da Áustria
acompanham, apreensivos, a evolução do estado de saúde da soberana.
O corre-corre nos corredores do palácio e o entra-e-sai de
médicos indica que o quadro não é nada bom.
Domitília tenta ver a Imperatriz, mas é impedida por vários
auxiliares. Ela usa de sua autoridade e se desvencilha de alguns deles. Quando
coloca a mão na maçaneta da porta, uma mão peluda e forte a impede.
MARQUÊS DE PARANAGUÁ: A senhora não
entrará nesse quarto! Retire-se daqui imediatamente!
DOMITÍLIA (arrogante): Vou
entrar sim! Afinal de contas sou a dama de companhia da Imperatriz!
PARANAGUÁ: Sabemos muito bem
que a senhora não exerce essa função há tempos. Além do mais a imperatriz lhe
detesta e está morrendo por sua causa!
DOMITÍLIA: Isso pouco me
importa. Quero entrar, só isso! Preciso vê-la!
PARANAGUÁ: Na ausência do
Imperador eu sou o governante desse país e caso a senhora ultrapasse essa
porta, mando lhe enforcar em praça pública!
Domitília hesita e é colocada porta afora do palácio pelos
guardas.
O Marquês entra no quarto e o médico vem ao seu encontro.
MÉDICO: Fizemos tudo que
estava ao nosso alcance, Marquês, mas não teve jeito. A Imperatriz acabou de
falecer.
MARQUÊS: Ai, meu Deus!
(levando as mãos à cabeça)
EMBAIXATRIZ: Tudo culpa da
maldita Domitília! Não fosse ela pra transformar a vida de D. Leopoldina num
inferno, a coitada estaria viva nesse momento.
EMBAIXADOR: Isso é verdade. Essa
mulher desgraçou a vida da nossa pobre Imperatriz.
MARQUÊS: Precisamos avisar D.
Pedro, urgentemente...
A notícia da surra e da morte da Imperatriz corre pela cidade
como um rastilho de pólvora.
Corta para a Mansão de São Cristóvão.
Domitília está na sala quando ouve um vozerio, conversas altas
de pessoas que parecem alteradas, furiosas. Ela consegue distinguir algumas
frases:
HOMEM 1: Vamos acabar com
ela, do mesmo jeito que ela fez com a nossa Imperatriz!
HOMEM 2: Morte à Marquesa!
Domitília fica em pânico.
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