No capítulo anterior...
D. João
nomeia Pedro como “Príncipe Regente do Brasil”
Em seguida
parte com a família para Portugal
Alguns
meses se passam e as relações entre Brasil e Portugal se complicam
Pedro
se torna freqüentador da chácara de Beija
Ele a
informa dos últimos acontecimentos e pede conselhos
Pedro
anuncia ao povo que ficará no Brasil
CAP. 169
Terminado o discurso na sacada, Pedro volta para o salão, onde
diversos assessores e pessoas mais próximas o aguardam. O príncipe os
cumprimenta um a um e abraça Beija, com especial desvelo. Mas D. Leopoldina não
gosta nem um pouco do que vê.
LEOPOLDINA: Não entendo o que
esta mulher está fazendo aqui. Antes seus conchavos políticos eram tramados
fora dos muros palacianos, agora traz esta sujeita para o meio de nossos
salões, e ainda lhe dedica especial atenção.
PEDRO: Não seja ciumenta, Leopoldina.
Beija é uma grande mulher, uma grande conselheira. Entende mais de política do
que muitos dos meus assessores.
LEOPOLDINA: Pelo visto não só de
política como de muitos outros assuntos mais, não é mesmo?
PEDRO: Está sendo
implicante agora.
LEOPOLDINA: Não me sinto bem com
a presença dela aqui. Todos sabem de seu ramo de negócio.
PEDRO: Por hora basta.
Preciso dar atenção aos presentes.
O clima de euforia e comemoração domina todo aquele resto de dia
e entra pela noite adentro.
Semanas depois as repercussões da decisão de D. Pedro começam a
pipocar por diversas partes do território. Numa de suas visitas à Chácara
Cedro, o assunto vem à tona.
PEDRO: Soube que há
revoltas na província de São Paulo e Minas também exige a minha presença.
BEIJA: Acredito que seja
prudente ir às Minas Gerais, pelo menos para agradecer o apoio que tem
recebido.
PEDRO: Mas o que me
preocupa mesmo são as revoltas de São Paulo. Não sei como, mas ainda há quem
defenda a submissão a Portugal.
BEIJA: Vá a São Paulo
também, oras. Você tem muitos contatos lá. Só precisa reunir algumas pessoas
formadoras de opinião, para que abracem a sua causa. Um movimento é feito por
líderes. Se convencê-los a lhe apoiar, dificilmente a massa ficará contra ti.
PEDRO: Tem razão. Estava
relutando em fazer esta viagem, mas talvez tenha chegado o momento oportuno.
Pedro viaja até a província das Minas Gerais. Sua popularidade é
atestada pela grande recepção que tem. Ali agradece o apoio recebido, participa
de várias reuniões e segue para a província de São Paulo.
No caminho entre Santos e a cidade de São Paulo, Pedro descansa
com sua comitiva às margens do Riacho Ipiranga. Um cavaleiro os alcança com
cartas de José Bonifácio e D. Leopoldina lhe informando dos últimos
acontecimentos. Portugal exige o retorno imediato do Príncipe a Lisboa e caso
esta ordem não seja cumprida, o Brasil sofrerá uma ação militar.
Após ler, Pedro caminha de um lado para outro, pensativo,
visivelmente nervoso, sem que nenhum dos presentes ouse perturbar-lhe o
raciocínio. Ele puxa a espada da bainha e ergue, sob os olhares admirados de
todos.
PEDRO: Independência ou
morte! A partir deste momento estão rompidos todos os laços que nos uniam a
Portugal! O Brasil agora é um país livre e independente! Ou isso, ou a guerra!
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