15 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 158



No capítulo anterior...
Beija acorda com Veridiana gritando palavrões na porta de sua casa
Tem início uma forte discussão. Os vizinhos se aglomeram para ver
Veridiana acusa Beija de ter um caso e esperar um filho de seu marido
Beija nega inutilmente e revela tudo que Motta já lhe fez no passado
Veridiana ameaça agredir Beija

CAP. 158

SEVERINA (dando um passo adiante): Se tocar na minha Sinhá, quem lhe enfia a mão na cara sou eu!
FLAVIANA (também dando um passo): A senhora não se atreva a tanto! Ou vai se arrepender!
VERIDIANA: Pensam que vou ouvir essa desavergonhada caluniar meu marido e acusá-lo de tantos absurdos calada?
BEIJA: Quanto ao que acabei de lhe contar, pergunte ao Ouvidor. Se ele for um homem de caráter, haverá de lhe contar a verdade. E agora, se a senhora me dá licença, vou entrar, porque preciso repousar.

Beija vira as costas e sai. As escravas fecham o portão e aguardam que os curiosos se dispersem. Veridiana se retira furiosa.

Na cozinha...

BEIJA: Moisés, vá até a chácara e me traga um pouco de estrume de gado bem fresco.
SEVERINA: O que a Sinhá quer com estrume?
BEIJA: Na hora certa vocês saberão.

Na manhã seguinte, um jovem bate à porta da casa do Ouvidor. Uma escrava o atende, mas a patroa vem logo atrás.

VERIDIANA: Que belas flores! Para quem são?
ESCRAVA: São para a senhora, dona Veridiana. Tem um cartão aqui.

Mais que depressa a curiosa Veridiana abre e lê: “com os cumprimentos de Dona Beija”.

VERIDIANA (admirada): Estranho... Onde a distratei dos pés à cabeça e hoje ela me manda uma linda bandeja de rosas? Não sabia que era tão nobre assim... Deve estar querendo me conquistar...

Quando vai retirar as rosas da bandeja, Veridiana tem uma indesejável surpresa: suja todas as suas mãos com o estrume de gado que está sob as flores. Ela tem um ataque de histeria.

VERIDIANA: Maldita meretriz! Maldita! Mil vezes maldita! Frega dos infernos! Aquela rapariga me paga! É agora que volto lá e quebro a sua cara!

Nisso o Ouvidor entra na sala e corta sua fala.

MOTTA: Você não vai a lugar algum! Deixe Beija em paz! Eu lhe proíbo de se aproximar dela. E se me desobedecer, vou lhe dar um corretivo que jamais se esquecerá!

Veridiana chora, desesperada com as mãos sujas de merda.

Mas Veridiana não se dá por vencida. Ela trata de difamar Beija perante todos na Corte, espalhando sua fama de prostituta ordinária e inescrupulosa.

Algumas semanas depois...

Beija sente as dores do parto. Uma parteira e um médico acompanham o nascimento do bebê na Chácara Cedro. Assim que a criança nasce, Beija não contém a emoção e chora. Toda suada e descabelada, ela afaga o bebê em seu peito. Depois o ergue contemplativa e diz:

BEIJA: É um menino. Este é o meu principezinho. Vai se chamar Pedro Antonio.

Continua amanhã...

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