19 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 162



No capítulo anterior...
Beija inaugura a Chácara Cedro com uma festa luxuosa
Ela explica aos presentes as regras da casa:
- Será a única mulher no ambiente, não haverá prostitutas
- Ao final da noite um cavalheiro será escolhido para dormir com ela
A casa está lotada e ninguém arreda o pé, na expectativa
Quando Beija vai anunciar o escolhido da noite, Pedro aparece

CAP. 162

A anfitriã hesita por alguns instantes e continua a fala.

BEIJA: Como eu dizia, senhores, sei que alguns ficarão tristinhos, mas meu escolhido é... D. Pedro. (um “aaahhh não” ecoa pelo salão). Não poderia ser diferente, cavalheiros. Não posso desfeitear nosso nobre Príncipe. Creio que concordarão comigo. Tenham todos uma boa noite e saibam que serão muito bem vindos em outras oportunidades.

Um clima de decepção domina o ambiente. Beija caminha até Pedro e lhe oferece o braço. O casal se dirige ao andar superior sob os olhares de protesto de todos.

Um cavalheiro toca o braço do outro, insatisfeito com a situação.

CAVALHEIRO 1: Puxa, se for para enfrentar uma concorrência desleal dessas, nem volto aqui mais.
CAVALHEIRO 2: Pois eu volto, amigo. Enquanto não tiver Dona Beija, não desisto. Esta mulher tem de ser minha. Nem que seja por uma noite apenas.

Corta para o quarto. O casal deitado na cama.

PEDRO: Diga uma coisa. Diga que me escolheu porque sente a minha falta, porque ainda sente alguma coisa por mim.
BEIJA: Não, Pedro. O escolhi apenas pelo fato que de que era a pessoa mais importante no salão. Imagina como ficaria desmoralizado se tivesse escolhido um rapaz qualquer daqueles...
PEDRO: Você gosta mesmo de jogar duro... Porque não admite que me ama?
BEIJA: Porque renegou nosso amor se casando com a sonsa da Leopoldina.
PEDRO: E agora, o que quer? Se vingar de mim? Vai passar a vida inteira jogando isso na minha cara?
BEIJA: Pedro, já lhe disse isso mais de uma vez: siga o seu caminho e me deixe seguir o meu.
PEDRO: E seu caminho agora é esse? Um casa de lazer para cavalheiros?
BEIJA: Sim, é esse. Qual o problema?
PEDRO: O problema é que morro de ciúmes. Tenho pavor só de pensar na idéia de que aquele bando todo que está lá embaixo só veio aqui na expectativa de lhe ter.
BEIJA: Ossos do ofício, meu caro. Mas a coisa não será assim como pensa. Cada dia apenas um deles será escolhido para passar a noite comigo. Assim como você foi hoje.
PEDRO: Mas ao final de uma semana, um mês, quantos serão? Daqui algum tempo o Rio de Janeiro inteiro!
BEIJA: Vocês homens se prendem a detalhes tão bobos...
PEDRO: Beija, em nome de tudo que a gente já viveu, desista disso. Feche essa casa. Garanto seu sustento e do seu filho se viver apenas para mim.
BEIJA: Estou abrindo o estabelecimento hoje e já quer que o feche? Em troca de quê? Caso aceite fechá-lo, vai deixar Leopoldina para viver comigo?

Continua segunda-feira...

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