No capítulo anterior...
Beija
inaugura a Chácara Cedro com uma festa luxuosa
Ela explica
aos presentes as regras da casa:
- Será
a única mulher no ambiente, não haverá prostitutas
- Ao
final da noite um cavalheiro será escolhido para dormir com ela
A casa
está lotada e ninguém arreda o pé, na expectativa
Quando
Beija vai anunciar o escolhido da noite, Pedro aparece
CAP. 162
A anfitriã hesita por alguns instantes e continua a fala.
BEIJA: Como eu dizia,
senhores, sei que alguns ficarão tristinhos, mas meu escolhido é... D. Pedro.
(um “aaahhh não” ecoa pelo salão). Não poderia ser diferente, cavalheiros. Não
posso desfeitear nosso nobre Príncipe. Creio que concordarão comigo. Tenham
todos uma boa noite e saibam que serão muito bem vindos em outras
oportunidades.
Um clima de decepção domina o ambiente. Beija caminha até Pedro
e lhe oferece o braço. O casal se dirige ao andar superior sob os olhares de
protesto de todos.
Um cavalheiro toca o braço do outro, insatisfeito com a
situação.
CAVALHEIRO 1: Puxa, se for para
enfrentar uma concorrência desleal dessas, nem volto aqui mais.
CAVALHEIRO 2: Pois eu volto,
amigo. Enquanto não tiver Dona Beija, não desisto. Esta mulher tem de ser
minha. Nem que seja por uma noite apenas.
Corta para o quarto. O casal deitado na cama.
PEDRO: Diga uma coisa. Diga
que me escolheu porque sente a minha falta, porque ainda sente alguma coisa por
mim.
BEIJA: Não, Pedro. O
escolhi apenas pelo fato que de que era a pessoa mais importante no salão.
Imagina como ficaria desmoralizado se tivesse escolhido um rapaz qualquer
daqueles...
PEDRO: Você gosta mesmo de
jogar duro... Porque não admite que me ama?
BEIJA: Porque renegou nosso
amor se casando com a sonsa da Leopoldina.
PEDRO: E agora, o que quer?
Se vingar de mim? Vai passar a vida inteira jogando isso na minha cara?
BEIJA: Pedro, já lhe disse
isso mais de uma vez: siga o seu caminho e me deixe seguir o meu.
PEDRO: E seu caminho agora
é esse? Um casa de lazer para cavalheiros?
BEIJA: Sim, é esse. Qual o
problema?
PEDRO: O problema é que
morro de ciúmes. Tenho pavor só de pensar na idéia de que aquele bando todo que
está lá embaixo só veio aqui na expectativa de lhe ter.
BEIJA: Ossos do ofício, meu
caro. Mas a coisa não será assim como pensa. Cada dia apenas um deles será
escolhido para passar a noite comigo. Assim como você foi hoje.
PEDRO: Mas ao final de uma
semana, um mês, quantos serão? Daqui algum tempo o Rio de Janeiro inteiro!
BEIJA: Vocês homens se
prendem a detalhes tão bobos...
PEDRO: Beija, em nome de
tudo que a gente já viveu, desista disso. Feche essa casa. Garanto seu sustento
e do seu filho se viver apenas para mim.
BEIJA: Estou abrindo o
estabelecimento hoje e já quer que o feche? Em troca de quê? Caso aceite
fechá-lo, vai deixar Leopoldina para viver comigo?
Continua segunda-feira...
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