No capítulo anterior...
Antonio
Sampaio chega ao Rio e vê Beija e Motta juntos
Beija
tem a sensação de conhecê-lo, mas não se lembra de onde
Desapontado,
Antonio segue para a cidade, na intenção de procurá-la
Antonio
vê Beija e Motta de braços dados no casamento da filha de Perdizes
Beija
reclama de enjôos e Severina questiona se estaria grávida
CAP. 148
BEIJA (incrédula):
Grávida? Não pode ser! Deus me livre e guarde! Esse meu corpo tão bonito, tão
perfeito, redondo como uma melancia? Não! Não pode ser! Como vou explicar uma
barriga na Corte, se nem casada sou?
SEVERINA: Acalme Sinhá...
Primeiro é preciso confirmar se isso é verdade ou não... Vamos esperar mais
alguns dias...
BEIJA: Demora muito,
Severina, para se ter uma certeza?
SEVERINA: Algumas semanas, no
máximo...
BEIJA: Ai, meu Deus! Isso
não pode acontecer comigo...
SEVERINA: Veja o lado bom,
Sinhá, uma criança dentro de uma casa é vida, é fonte de alegria... E ainda tem
um detalhe: a Sinhá terá um filho do Príncipe, um futuro herdeiro de um
trono... Isso não é pra qualquer uma...
BEIJA: Acha que Pedro
gostaria de uma novidade dessas?
SEVERINA: Claro que sim. Se
ele a ama de verdade ficará muito feliz.
BEIJA: Isso me conforta um
pouco...
Dias depois, passeando pelos jardins do palácio...
D. CARLOTA: Desde a primeira vez
que te vi, tinha certeza de que era uma das minhas. Pessoa boa, animada,
disposta a viver a vida em toda sua plenitude.
BEIJA: Também me simpatizei
muito com Vossa Majestade.
D. CARLOTA: Que seria dos meus
encontros, de minhas escapadas, não fosse Beija para me dar cobertura?
BEIJA: Majestade, nem fale
uma coisa dessas. D. João já não vai muito com a minha cara, se descobre que
acoberto seus encontros com negros, ele manda me enforcar...
D. CARLOTA: Pra mim tu é a
mulher perfeita pra casar com meu filho Pedro. Só o tonto daquele velho gordo
que não enxerga isso. Só pensa em sangue azul, sangue azul. Dane-se o sangue
azul! Gosto de sangue é vermelho, como o que corre na veia dos negros! Uh! E
que sangue quente têm aqueles danados! Ui, me abana!
BEIJA: É uma pena,
Majestade, nos damos tão bem, mas em breve terei de fazer uma viagem. Precisará
encontrar alguém para ficar em meu lugar, de preferência logo...
D. CARLOTA: Não me diga isto,
filha. Vai me dar este desgosto?
BEIJA: Infelizmente, sim,
Majestade... Mas não fique triste. Ficarás em boas mãos.
Numa janela do segundo andar, Pedro e Chalaça observam a
caminhada das duas pelo jardim.
PEDRO: Tenho achado Beija
tão estranha ultimamente... Parece que está fugindo de mim. Alterna momentos de
muita euforia e outros de tristeza... Às vezes sinto que quer me contar algo,
mas lhe falta coragem.
CHALAÇA: Mulher é assim
mesmo, Pedro, vai ver está naqueles dias...
PEDRO: Não é isso. Há algo
mais sério. Já tentei puxar o fio da meada, mas Beija sempre se esquiva. Diz
que não é nada, que estou preocupado à toa... Mas sinto que algo não está bem.
Não sei se com ela ou entre nós... Ando muito desconfiado...
Duas semanas depois...
Pedro
vai de surpresa à Chácara Cedro. Caminha pelo corredor ouvindo vozes que vêm do
quarto. Incrédulo segue até lá para ver do que se trata. Para seu espanto, se depara
com Beija e Motta, nus na cama, em pleno ato sexual.
PEDRO (enfurecido): Alguém
pode me explicar o que significa isso?
Continua amanhã...
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