25 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 167



No capítulo anterior...
Beija revela que Chalaça a chantageou quando soube de seu passado com Motta
Conta também porque soltou os cachorros
Pedro duvida e confirma com o Visconde de Perdizes
O Príncipe se revolta e dá um soco na cara do amigo
Chalaça diz que Beija que se dispôs a deitar com ele
Para tanto deveria convencer Pedro a se casar com ela

CAP. 167

PEDRO: Não perca o seu tempo tentando explicar o inexplicável. Pra sua infelicidade, Chalaça, sou a pessoa que melhor te conhece no mundo. Sei muito bem de todas as suas artimanhas. Só não acreditava que pudesse usar isso contra mim.
CHALAÇA: Pedro, entenda, meu amigo. Só agora me dou conta do quão ordinário fui. Mas eu me perdi de amores por aquela mulher. Ela me enfeitiçou, como fez com todos os homens dessa Corte. Ou você não sabe que todos a desejam?
PEDRO: Sim, é claro que eu sei. Mas você como meu amigo, tinha a obrigação de ser leal a mim. Se bem que, como diz a própria Beija, por uma mulher os homens são capazes de tudo!
CHALAÇA: Perdoe-me Pedro. Perdoe-me.
PEDRO: Para lhe provar que sou verdadeiramente seu amigo, vou me esquecer disso. Já me dou por satisfeito com a pancada que dei nessa sua cara sem vergonha. Mas que isso não se repita, porque da próxima vez não terei tanta clemência.

ALGUNS MESES DEPOIS... EM 1821.

Com a morte de D. Maria, a Louca, D. João é elevado a “Rei de Portugal”, recebendo o título de “Príncipe Real”. No Brasil a situação na família real fica tensa.

No gabinete de D. João...

PEDRO: Alguma notícia de Portugal, meu pai?
D. JOÃO: A situação é bastante complicada, Pedrinho. Acho que não me resta alternativa senão retornar a Portugal. Mas uma coisa é certa: se retornar a Portugal, tu ficarás aqui no meu lugar.
PEDRO: Eu, meu pai?
D. JOÃO: E tenho outro filho Pedro aqui? Tu não és um príncipe? Não és meu filho? Nada mais justo que assumas o meu lugar. Eu resisti o quanto pude, mas o clero, a nobreza e os mortos de fome da burguesia me querem em Lisboa de qualquer maneira. Ameaçam promulgar a constituição do reino à revelia.
PEDRO: O senhor é quem sabe. Faça o que achar conveniente. Estou a seu lado para cooperar no que for preciso.

Alguns dias depois D. João decide retornar a Portugal, com toda sua família e assessores mais próximos.

Pedro acompanha a partida com certa apreensão. Beija vai se despedir da Rainha, sua grande amiga.

D. CARLOTA: É uma pena que não queiras vir comigo. Poderias ter a Europa a teus pés, bela como tu és. Lugar de gente bonita, civilizada, rica. Um clima agradável. Nada que lembre este quinto dos infernos que é esse maldito lugar!
BEIJA: Sua companhia em muito me apraz, Majestade, mas meu lugar é aqui. Amo esse lugar e sua gente. Talvez um dia quisesse conhecer outros povos, mas minha vida é e sempre será aqui.

Beija faz a reverência e beija a mão da Rainha. Pouco depois D. Carlota entra no barco, olha fixamente para a amiga e bate seu sapato na lateral da embarcação.

D. CARLOTA: Desta terra não quero nem o pó!

Beija ri, com os olhos marejados.

D. João abraça forte o filho. Ambos se emocionam.

D. JOÃO: Agora é com você, meu filho. Cuide muito bem desse lugar. Esta terra tem tudo quanto é tipo de riqueza e um dia ainda ocupará lugar de destaque entre as grandes nações do mundo. E quando isso acontecer, seu nome ficará para sempre registrado na história.

Continua amanhã...

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