No capítulo anterior...
Numa
visita surpresa à Chácara, Pedro flagra Beija e Motta na cama
Irado,
o Príncipe ameaça matá-los, mas Beija pede para explicar-se
Ela
conta que está sendo vítima de chantagem por parte de Motta
Beija
conta toda sua história a Pedro, incluindo seu maior segredo
Revela
que se prostituía em Paracatu para afrontar o Ouvidor
Motta
pergunta a Pedro o que pretende fazer agora
CAP. 150
PEDRO: Com você, nada,
Motta. Sei que é um protegido de meu pai. E qualquer coisa que tentasse seria
barrada por ele. Mas vou lhe repetir: fique longe de Beija! E agora que tudo
está esclarecido, não há mais motivo para sua presença aqui. Retire-se
imediatamente!
Motta apanha suas coisas e sai. Beija chora baixinho sentada na
cama.
PEDRO: Quanto a você,
Beija, ainda não sei o que lhe dizer. Preciso esfriar a cabeça, pensar um
pouco, para depois tomar uma decisão. Sou muito impulsivo e minhas decisões
repentinas tendem a ser desastrosas.
BEIJA: Pedro, eu o amo. Tudo
que fiz foi por medo de lhe perder... Tente entender a minha situação...
PEDRO: Por isso quero
pensar, para tentar lhe compreender. Mas devo confessar que minha confiança
ficou muito abalada. Tinha planos para nosso futuro. Estava disposto a brigar
com meu pai, mesmo ele sendo totalmente contra meu casamento com uma mulher que
não fosse de sangue azul, estava disposto a desafiá-lo, tudo em nome do nosso
amor. Mas devo admitir que agora não estou tão seguro disso...
BEIJA: Está bem. Mas pense
com carinho. Em tudo que vivemos e tudo que poderemos viver. Nosso amor é muito
maior que essas pequenas adversidades.
PEDRO: Até mais ver, Beija.
Volto a lhe procurar em breve com uma solução.
Horas depois, na Quinta da Boa Vista...
D. JOÃO: Pedrinho, Pedrinho,
venha cá. Tenho notícias fresquinhas para ti.
PEDRO: O que houve, meu
pai, de tão importante?
D. JOÃO: Está para atracar no
porto do Rio de Janeiro, a qualquer momento, a embarcação que traz da Europa a
menina Leopoldina, a sua noiva.
PEDRO: Noiva? Que noiva? Que
história é essa?
D. JOÃO: Oras! Não lhe disse
que havia mandado um mensageiro à Europa buscar uma noiva para ti? Pois bem,
acabam de chegar ao Brasil...
PEDRO: Era só o que me
faltava... Não disse que não penso em me casar agora?
D. JOÃO: Não estou perguntando
se deseja ou não, Pedro. O casamento já está acertado em documentos entre mim e
o Imperador Francisco, da Áustria. Só lhe resta cumprir o que foi determinado.
PEDRO: Está bem, meu pai,
depois conversamos sobre isso. No momento não estou com cabeça pra nada.
Dias depois, na Rua do Ouvidor.
BEIJA: Pedro está magoado,
eu sei, mas duvido que não mude de opinião quando souber que espero um filho
dele... Quero lhe dar a notícia assim que botar os pés nessa casa...
SEVERINA: Qualquer homem vira
um doce com uma notícia dessas, Sinhá. Se bem conheço D. Pedro, ele dará pulos
de alegria.
Minutos mais tarde, bate à porta. Severina atende. É o príncipe.
PEDRO: Beija, não pretendo
me alongar para não nos desgastar mais que o necessário.
BEIJA: Nossa, está tão formal...
Isso não é típico da sua pessoa... Não me abraçou, não me beijou...
PEDRO: Pensei bastante
sobre nós, sobre tudo que aconteceu e tomei uma decisão. No momento o casamento
é a melhor solução.
BEIJA: Casamento, assim, de
uma hora pra outra? Mas nem me preparei...
PEDRO: Vou me casar sim,
Beija, mas não será com você. Vou me casar com D. Leopoldina, Arquiduquesa da
Áustria.
Beija fica estarrecida.
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