2 de mai. de 2012

Encontro do Século - CAP. 147



No capítulo anterior...
O Príncipe quer saber por que Chalaça defende Motta
Dissimulado, ele alega que nunca teve diferenças com o Ouvidor
Chalaça eleva a auto-estima de Pedro
Sozinho, Chalaça diz que precisa que Beija continue com Pedro e Motta
Só assim pode chantageá-la e tirar proveito da situação
Antonio Sampaio chega ao Rio e vê Beija e Motta juntos

CAP. 147

ANTONIO (incrédulo): Não pode ser! Então era verdade tudo que me falaram! Beija matou o avô para viver com o Ouvidor... Eles fugiram de Paracatu e vieram para o Rio de Janeiro para recomeçar a vida... Canalhas!

Nisso o escravo traz a caneca com água.

ANTONIO: Agradecido. (bebe a água com vontade) Esta propriedade pertence ao Ouvidor Motta?
ESCRAVO: Nhô não. O dono daqui é Dona Beija...
ANTONIO: Sei... A cidade ainda está muito longe?
ESCRAVO: Pouco mais de uma hora de marcha.
ANTONIO: Mais uma vez agradecido, até mais.

Antonio pega a estrada desconsolado.

ANTONIO (para si mesmo): Meus Deus! Onde é que eu tava com a cabeça? Sair lá de São Domingos para vir aqui a esse fim de mundo? Só pra encontrar Beija nos braços de outro... Eu deveria ter acreditado no que me diziam... E agora, o que eu faço?

Beija olha na direção da estrada e vê o cavaleiro se afastando. Ela tenta buscar na memória.

BEIJA: Engraçado... Parece que conheço aquele homem de algum lugar, mas não consigo me lembrar de onde...
MOTTA: E desde quando se interessa por transeuntes?
BEIJA: Vamos entrar logo e fazer o que tem de ser feito. Quero vê-lo fora daqui o mais breve possível. Não se esqueça de que concordou com as minhas condições...

Beija ainda se detém a observar enquanto o cavaleiro vai se afastando.

Três dias depois... Enquanto se arruma no quarto.

BEIJA: Aquela jararaca tinha de adoecer logo hoje, bem no dia do casamento da filha do Visconde de Perdizes? Agora serei obrigada a ser madrinha junto com o cretino do Motta!
SEVERINA: Sinhá, mas D. Pedro não concordou? O que a Sinhá teme?
BEIJA: Sim, Pedro até incentivou, mas o problema é o dissabor de ter de ficar ao lado daquele traste... E ainda por cima fazendo cara de “feliz”. Por mim eu o esbofeteava...
SEVERINA: Sinhá, seja mais tolerante. Faça isso pelo Visconde, que é um grande amigo da Sinhá...

Antônio Sampaio, que está numa hospedaria bem de frente à Igreja de Santa Cruz dos Militares, percebe a movimentação do casamento e vê quando Beija adentra a igreja de braços dados com Motta. Mais uma vez mal pode acreditar.

ANTONIO (para si mesmo): Não pode ser! Até a igreja eles freqüentam de braços dados... Então o caso é sério mesmo... Tem as bênçãos do povo e da igreja... Meu Deus! O que eu vim fazer aqui?

Corta para a casa da Rua do Ouvidor, horas depois da cerimônia.

BEIJA: Severina, me arranje um chá de boldo, bem forte. Não sei se foi por ter passado intermináveis minutos ao lado do Motta naquela igreja, mas estou sentindo enjôos até agora...
SEVERINA: Enjôos, sinhá? Será que D. Beija está... Grávida?

Continua amanhã...

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