No capítulo anterior...
Beija
questiona se o verdadeiro motivo de Motta não é o ciúme
Ele não
responde e a acusa de ter prazer no sofrimento dos homens
Beija
diz que Motta a transformou numa pessoa cruel
A
discussão continua e não leva a nenhuma conclusão
Chalaça
questiona Pedro sobre se envolvimento com Beija
Pedro
reafirma sua paixão e diz que vai surpreender a amada
CAP. 117
Chalaça bem que tenta extrair alguma informação sobre a tal
surpresa, mas Pedro não dá nenhuma pista.
PEDRO: Ora, Chalaça,
curiosidade é uma virtude feminina...
CHALAÇA: Não, é que, do jeito
que falou, fiquei imaginando mil coisas...
PEDRO: Pois não imagine
nada, apenas aguarde.
Pedro se diverte com a situação, enquanto Chalaça demonstra
frustração por não ter saciado sua curiosidade.
Enquanto isso continua a discussão...
MOTTA: Você deveria acatar
a minha sugestão porque é o melhor para nós dois.
BEIJA (irônica): O melhor
para você, está querendo dizer, não é mesmo, Ouvidor Motta? (séria) Só que os
seus dias de Ouvidor terminaram... E os meus de “Moça do Ouvidor” também. Hoje
sou uma mulher livre, faço o que tenho vontade, compreende?
MOTTA: Perfeitamente. Mas
já que não quer compreender-me, não terei alternativa que não obrigá-la a ir
embora.
BEIJA: Obrigar-me, Motta?
Como? À chibatadas? Não, Dr. Motta, eu não sou uma negra fujona. Não tenho
senhor. E se quer saber, tenho alguém que zela por mim. Caso o senhor insista
nesta perseguição, não hesitarei em recorrer a D. Pedro. Aí sim, tudo que o
senhor teme vir à público, poderá vir de uma maneira muito mais rápida do que
imagina...
Motta anda de um lado para outro, inconformado.
Na cozinha, as escravas cuidam dos afazeres, mas com o ouvido
ligado na conversa da patroa.
FLAVIANA: Que será que o Sinhô
Motta tá fazendo aqui?
SEVERINA: Eu não faço a menor
idéia, mas coisa boa para a Sinhá não dever ser... O Ouvidor não queria que ela
viesse para o Rio de Janeiro de jeito nenhum.
FLAVIANA: E porque a Sinhá
teimou e veio?
SEVERINA: Porque ele não manda
mais em Dona Beija. Não
é o dono dela. Depois de tudo que o Dr. Motta lhe fez, a Sinhá tinha o direito
de recomeçar sua vida.
FLAVIANA: Eu ouvi. Veio mandá
a Sinhá ir embora da cidade. Hôme casado é assim: eles qué vivê no desfrute,
mas nunca qué que as esposa fique sabendo...
SEVERINA: Se for isso, espero
que Dona Beija seja forte e resista.
Corta para a sala. Bate à porta. (instantes) Bate novamente.
Beija fica apreensiva.
Continua amanhã...
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