No capítulo anterior...
Chalaça e João estão na sala com Beija
Chega de improviso o Visconde de Perdizes
Chalaça fica intrigado com a presença de
vários homens
Pedro pergunta sobre o encontro com a moça
Chalaça questiona o Príncipe sobre a origem
de Beija
CAP. 61
PEDRO:
Por que perguntas? Por que quer saber quem é a senhorita Beija?
CHALAÇA:
Nenhum motivo especial, Alteza, mera curiosidade.
PEDRO:
Sei apenas que Beija é das Minas Gerais e é apadrinhada pelo Visconde de
Perdizes. Foi tudo que pude descobrir no dia que a salvei de um cavalo em
disparada.
CHALAÇA:
Mas... Você me parece muito interessado nessa moça...
PEDRO:
E quem não estaria enfeitiçado por aqueles lindos olhos azuis? Qualquer
homem... Desde que aprecie a fruta...
CHALAÇA:
Entendo...
PEDRO:
Sem rodeios, Chalaça, me diga o que o admirou na casa de Beija e o que aguçou a
sua curiosidade.
CHALAÇA:
Sem querer ser maldoso, Pedro, mas o que chamou minha atenção foi o entra e sai
de homens na casa da moça. Em poucos minutos que estive lá foram uns três ou
quatro, que surgiam do nada, sem um único motivo convicente/
PEDRO
(cortando): Você está insinuando que lá funciona uma casa de tolerância, é
isso?
CHALAÇA
(meio apurado): De forma alguma, Pedro. De forma alguma. Melhor eu ir agora,
antes que me descubram aqui. Precisando para outra missão destas, é só me
avisar.
PEDRO
(entendendo as segundas intenções do amigo): Cretino!
Chalaça sai. Pedro fica
pensativo por instantes, tentando entender o que o amigo teria insinuado com
aquele comentário maldoso.
Dois dias depois...
Pedro já caminha pelo palácio
amparado por muletas. Com dificuldade se desloca até as baias onde os soldados
tratam os cavalos, para inspecionar, ele mesmo o tratamento dos bichos.
PEDRO:
José, prepare a charrete que vamos à cidade hoje.
MÉDICO
(surpreendendo Pedro): Vossa alteza nem pense nisso!
PEDRO:
Não adianta que o senhor não vai me impedir, doutor. Não agüento mais ficar
amuado naquela cama como um moribundo à espera do milagre.
MÉDICO:
Vossa Alteza já faz uma grande extravagância zanzando com estas muletas e, não
se dando por satisfeito, ainda quer fazer outras?
PEDRO:
Doutor, estou bem, pode acreditar...
Corta para a Rua do Ouvidor...
Bate à porta. A escrava abre e
leva tamanho susto que perde a respiração.
SEVERINA:
Alteza?!
Continua amanhã...
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