No capítulo anterior...
A
conversa de Beija e João é cada vez mais amistosa
Eles
acabam dormindo juntos e se amando
Beija
acorda animada e quer passear na Rua da Alfândega
D. Pedro também acorda disposto e quer passear na mesma rua
D. Pedro também acorda disposto e quer passear na mesma rua
CAP. 49
Moisés conduz a charrete até o início da Rua da Alfândega.
BEIJA: Pode nos deixar
aqui, Moisés. Quero ir à pé para explorar tudo... Não quero perder nada...
Elas descem e caminham. Entram de loja em loja, olham
principalmente os tecidos, mas não deixam escapar outras quinquilharias,
novidades trazidas pelos sírios e libaneses, que faziam a alegria da alta
sociedade.
SEVERINA: Sinhá, veja esse
corte de seda. Daria um vestido lindo...
BEIJA: Tem razão. Vamos
levar.
SEVERINA: A Sinhá não vai
perguntar o preço? (cochichando) Sabe como são os turcos, gostam de explorar
até o último vintém...
BEIJA: Cuidado. Eles não
gostam de ser chamados de turcos. Se te ouvem dizendo isso, é confusão na
certa...
SEVERINA: O que significa esse
nome “turco”?
BEIJA: Estes mascates ou
são da Síria ou são do Líbano, daí o nome sírio ou libanês. Mas atualmente os
países deles são ocupados pelo império turco-otomano, por isso o apelido
“turco”, o que para eles é uma ofensa...
SEVERINA: Entendi.
BEIJA: Diga que eles são
árabes. Assim não ficarão bravos com você, entendeu?
SEVERINA: Nhá sim. (pausa)
Sinhá! Veja este, vermelho escarlate, que maravilha!
Enquanto Beija se distrai a olhar o corte de seda, D. Pedro e
seus seguranças passam tranquilamente cavalgando pela rua.
PEDRO: A rua está
movimentada hoje, muitas donzelas a passear...
CAVALEIRO: É verdade, Alteza.
PEDRO: Mas prefiro a
noite... Quando as donzelas dormem e as onças saem da toca para beber água...
(riso irônico)
CAVALEIRO: Compreendo,
Majestade.
Beija e Severina terminam sua peregrinação pelas lojas e voltam
para a charrete com vários embrulhos, com dificuldades para carregá-los. O
escravo ajuda a guardar as compras.
Antes que Moisés assuma a rédea, um incidente acontece: uma égua
no cio passa aos galopes, relinchando e atrai a atenção do cavalo que puxa a
charrete. Imediatamente o animal parte em disparada atrás da fêmea, deixando as
passageiras em pânico.
A charrete cruza em alta velocidade com o Príncipe e seus
seguranças.
PEDRO: Minha nossa! Aquela
donzela está em apuros!
Continua amanhã...
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