No capítulo anterior...
No
final do piquenique Pedro tenta beijar Beija
Sutilmente
ela o repele e diz que ainda é cedo para isso
Pedro a
deixa em casa e é convidado para um jantar
O
príncipe chega ao palácio e D. João o espera para falar sobre Chalaça
CAP. 68
PEDRO (fingindo não saber
de nada): Aconteceu alguma coisa? Chalaça está sumido há tanto tempo...
D. JOÃO: O Visconde de Vila
Nova procurou-me para falar sobre o bastardo.
PEDRO: E o que desejava?
D. JOÃO: Pediu-me que
perdoasse o safado e o aceitasse novamente nos quadros de serviçais do palácio.
PEDRO: E o senhor, o que
disse?
D. JOÃO: Perdoei o
salafrário. Não poderia negar um pedido do Visconde de Vila Nova, somos amigos
desde a infância em Lisboa...
PEDRO: Boa atitude. Chalaça
é uma pessoa boa. Pode ter cometido os seus deslizes, mas quem nunca os
cometeu? (pausa) Mas o senhor veio me procurar por que motivo mais exatamente?
D. JOÃO: Oras, tu eras o
melhor amigo do safado, certamente há de saber o seu paradeiro...
PEDRO: Saber exatamente não
sei, mas posso tentar descobrir...
D. JOÃO: Faça isso, Pedrinho.
Mas que uma coisa fique bem clara: se aquele depravado tentar transformar minha
casa numa recriação de Sodoma e Gomorra, desta vez não lhe pouparei nem mesmo a
vida. Mando o devasso para a forca sem dó nem piedade!
Na manhã seguinte...
Beija toma café, a escrava ao seu lado, quando alguém bate à
porta.
SEVERINA: Nhô João? Bom dia.
BEIJA: Faça-o entrar,
Severina.
JOÃO (já ao lado da mesa)
Bom dia, minha querida, como estás (beija-lhe a mão)
BEIJA: Muito bem e você?
Sente-se, tome café comigo.
JOÃO: Espero não ter lhe
causado nenhum dissabor da última vez que estive aqui.
BEIJA: Imagine... Dissabor
algum. Você será sempre bem vindo em minha casa. Notícias de dona Josefa?
JOÃO: Sim, recebi uma
carta de mamãe na semana passada.
BEIJA: Quando responder,
transmita-lhe minhas recomendações. Quem sabe um dia desses não venha nos
visitar?
JOÃO: Estou envidando
esforços para que esse dia chegue logo...
Assim que Severina se afasta...
JOÃO: Beija, vim aqui para
falar de nós. Não consigo esquecer-me daquela noite de amor...