17 de abr. de 2012

Encontro do Século - CAP. 134



No capítulo anterior...
Motta bate à porta de surpresa e quer falar com Beija
Ela o recebe com frieza e pede para que seja breve
O Ouvidor diz que não consegue esquecê-la
Beija o aconselha a se dedicar à família e deixá-la em paz
Motta propõe que Beija volte a ser sua amante

CAP. 134

BEIJA: Será que ouvi bem? É isso mesmo que disse? Quer que eu volte a ser sua amante?
MOTTA: Está ouvindo muito bem, Beija. Não há nada de errado com os seus ouvidos.
BEIJA: Era só essa que me faltava! Você enlouqueceu de vez!
MOTTA: Enlouqueci sim, Beija, de amor por ti! Não sei por que ao seu lado sou capaz de cometer os maiores desatinos. Realmente não sei.
BEIJA: Bote uma coisa na sua cabeça: os tempos de Paracatu ficaram no passado. Nada será como antes. Nunca voltarei a ser sua amante! Jamais!
MOTTA: Nunca diga jamais. Isso é muito tempo e a vida dá tantas voltas...
BEIJA: Pois lhe afirmo com toda a convicção: jamais voltarei a ser sua!

Enquanto isso, na mesa do jantar da Quinta da Boa Vista...

D. JOÃO: Pedrinho, meu filho, estou convencido de que o casamento é o melhor pra ti.
PEDRO: Meu pai, ainda sou muito jovem, tenho muita coisa para viver ainda antes de me aprisionar a um casamento...
D. JOÃO: Tu precisa tomar responsabilidade. Um futuro rei não pode viver no desfrute como tem vivido ultimamente. Pensa que não sei de suas andanças, noitadas e bebedeiras pelas tavernas do centro da cidade?
PEDRO: Não é bem assim, meu pai, ultimamente ando até comportado...
D. JOÃO: Anda mesmo, quando está enfiado na casa daquela rapariga que trouxeste no baile outro dia...
PEDRO: Como sabe disso?
D. JOÃO: E algo fica escondido nesta Quinta? Aqui as notícias voam, Pedrinho...
PEDRO: Bom, então, já que o senhor meu pai já sabe, posso lhe confessar uma coisa: estou apaixonado por Beija sim. É a mulher mais incrível que conheci na minha vida.
D. JOÃO: É uma rapariga muito bonita, isso posso afirmar, com certeza.
PEDRO: Mas não é só isso. Beija é inteligente, sensível, independente, madura. Diferente de todas as outras que tive.
D. JOÃO: Pode ter todas estas características, mas vai servir apenas para sua diversão. Tu sabes muito bem que não podes te casar com uma mulher comum. Tem que te casares com uma nobre, de sangue azul como tu.
PEDRO: Meu pai, essa história de novo?
D. JOÃO: Pedrinho, isto não é uma brincadeira. É um assunto da maior importância. Não permitirei que te cases com uma plebéia! E não voltarei atrás em minha decisão. Seja qual for a decisão que tomes, leve isso em consideração. Não ouses me desobedecer ou irás se arrepender!
PEDRO (nervoso): Com licença, meu pai, perdi o apetite! (e sai)

De volta à Rua do Ouvidor, onde a discussão continua acalorada...

BEIJA: Motta, pois se veio aqui me propor para ser sua amante, peço que se retire. Não perca seu precioso tempo. Minha resposta é não! Mil vezes não!
MOTTA: Acho melhor pensar com carinho na minha proposta, Beija, ou vai querer que eu conte a menino Pedro que se deitava com todos os homens de Paracatu? Isso tem um nome bem peculiar: prostituição. Acredita que o príncipe continuaria contigo mesmo sabendo que é uma prostituta?

Beija fica estática.

Continua amanhã...

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