No capítulo anterior...
Chalaça
pergunta se Pedro se casaria com Beija
Ele
responde que sim, mas não agora
Pedro
prefere Beija à Arquiduquesa da Áustria
Beija
conta a Josefa que sabe das traições de Pedro
E
promete tirar proveito de seu relacionamento
Motta
bate à porta de surpresa e quer falar com Beija
CAP. 133
Antes que Severina diga alguma coisa, a patroa se aproxima.
BEIJA: Pode deixar,
Severina, eu mesma me entendo com o Dr. Motta.
SEVERINA: Nhá sim. (e se
retira)
BEIJA: O que o senhor
deseja, Dr. Motta? Já não basta todo o incômodo que me causou da última vez em
que esteve aqui?
MOTTA: Ao invés de tratar-me
com tanta formalidade, seria melhor se me convidasse a entrar.
BEIJA: Não creio que
tenhamos nada para conversar. Tudo está bem resolvido entre nós.
MOTTA: Não penso assim. E
aconselho a ouvir-me agora para não se arrepender depois.
BEIJA: Está bem, Motta. Mas
seja breve, por favor.
Motta senta. Beija, impaciente, permanece de pé, sempre
observando pela janela para não correr o risco de ser surpreendida como da
última vez.
MOTTA: Beija, você sabe
muito bem que não consigo resistir a atração que sinto por ti. Quando vim
embora de Paracatu, meu maior objetivo era livrar-me dessa obsessão. Mas quis o
destino que nossos caminhos se cruzassem aqui no Rio de Janeiro novamente...
BEIJA: Sim, esta parte da
história toda eu já sei...
MOTTA: Morro de ciúmes
quando a vejo nos braços do menino Pedro. Aliás, foi isso que sempre quis
evitar desde o primeiro momento que surgiu o assunto Corte.
BEIJA: Então agora confessa
que o que sempre te moveu era mesmo os ciúmes de Pedro?
MOTTA: Sim, confesso. Ora,
Beija! Conheço Pedro desde o colo de D. Carlota Joaquina. Sempre soube que era
um tremendo mulherengo. E sabia também que o dia em que ele botasse os olhos em
você não descansaria enquanto não a possuísse. Mas a coisa foi ainda mais longe
do que gostaria...
BEIJA: Motta, você tem de
entender que o nosso caso ficou no passado. Nossas vidas seguiram outros rumos.
Além do mais nunca te amei. Tudo que sempre senti por você foi ódio,
desprezo... Não faz sentido vir aqui na minha casa fazer o discurso do mocinho
apaixonado!
MOTTA: Sei de tudo isso,
mas o coração tem lá suas razões. Não sei explicar porque a desejo tanto e
porque sinto tanto ódio ao vê-la nos braços de outros...
BEIJA: Você tem a sua
esposa, os seus filhos, vá viver para a sua família! Já passou da idade de ter
aventuras, de viver perigosamente. Será que não entende isso?
MOTTA: Às vezes penso assim
também. Perdizes me diz a mesma coisa. Mas não consigo me controlar...
BEIJA: Primeiro você quer me
obrigar a ir embora do Rio de Janeiro, porque não suporta a idéia de me ver nos
braços de um homem jovem. Depois vem fazer o discurso de homem apaixonado,
mesmo sabendo que não o amo. Onde quer chegar, Motta?
MOTTA: Já que seu retorno a
Minas não é possível, estou tentando encontrar uma solução que resolva os
problemas de todos.
BEIJA (irritada):
Problemas? Que problemas, Motta? Que tem problema aqui é você!
MOTTA: Vou direto ao ponto,
Beija. Quero que volte a ser minha amante.
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