11 de abr. de 2012

Encontro do Século - CAP. 129



No capítulo anterior...
Beija pergunta a Josefa por Antonio Sampaio, seu ex-noivo
Antonio se casou com Aninha Felizardo e vai ser pai em breve
Josefa conta que Antonio sofreu muito com sua partida
Beija questiona a falta de atitude do ex-noivo
As mulheres saem para conhecer a casa
Pedro chega e surpreende João na sala. Clima tenso

CAP. 129

JOÃO: Bom dia, Alteza!
PEDRO (seco); Bom dia, João Carneiro. Onde está D. Beija?
JOÃO: Beija está lá dentro. Está mostrando a casa para a senhora minha mãe.
PEDRO (respira aliviado): Ah... Sua mãe está aqui?
JOÃO: Sim, ela veio das Minas Gerais para passar uns dias comigo. E fez questão de visitar Beija porque são amigas de longa data.
SEVERINA (intervindo): Um instante, Alteza, que já vou chamar D. Beija.
PEDRO: Não precisa, Severina. Aguardo aqui. Não quero interromper a atividade delas. Vim aqui somente porque estava passando por perto...
SEVERINA: Vossa Alteza aceita um café, um leite?
PEDRO: Sim, eu me ajeito aqui, enquanto converso com meu amigo João.

No íntimo ambos se sentem aliviados. Um suspiro fundo marca o início da conversa cujo tema, entre o herdeiro de um trono e um advogado, só pode começar pela política.

Pouco depois as mulheres retornam à sala.

BEIJA: Desculpe, Pedro, não ter vindo antes, mas Severina me disse que você não tinha pressa.
PEDRO: Verdade. Disse que lhes deixassem à vontade.
BEIJA: Quero lhe apresentar D. Josefa Carneiro de Mendonça, a grande defensora da abolição da escravidão no Arraial de São Domingos dos Araxás.
JOSEFA: Beija, assim pode colocar meu pescoço à prêmio. Falar num assunto desses é um risco. (e para Pedro) Alteza! Muito prazer. (e faz a reverência)
PEDRO: Encantado, D. Josefa. Sonhar é preciso. Quem sabe um dia possamos ter uma nação onde todos possam ser livres? Negros, brancos, índios... Nenhum sonho é impossível... Sou um grande defensor da liberdade. Eu sei que o meu sangue é da mesma cor que o dos negros. Não existe diferença entre as raças. Precisamos substituir a mão de obra escrava por imigrantes europeus. Lá há muita gente querendo trabalhar.
JOSEFA: Verdade Alteza. Sonho que sonhamos sozinhos talvez nunca se torne realidade, mas sonhos sonhados juntos têm grandes possibilidades de se concretizarem.
PEDRO: Gostei muito da senhora, D. Josefa, é uma mulher de idéias, de ideais... Admiro muito isso.
BEIJA: Isso aqui virou uma reunião de abolicionistas. Pedro, eu, D. Josefa, João... Agora temos assunto para horas de conversa... (risos)

Corta para a Quinta da Boa Vista. Chalaça adentra o escritório de D. João com um invólucro em mãos.

CHALAÇA: Com sua licença, Majestade. Trago uma carta de seu mensageiro enviado à Europa.
D. JOÃO: Só espero que não seja mais dor de cabeça... Leia pra mim...
CHALAÇA: Eu, Majestade?
D. JOÃO: Há mais alguém neste recinto?

Chalaça inicia a longa leitura, até que em determinado ponto D. João interrompe, eufórico.

D. JOÃO: Então aquele inútil encontrou uma noiva para meu filho Pedrinho?

Continua amanhã...

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