No capítulo anterior...
Pedro
vai atrás de Domitília e a encontra revoltada
O
Imperador assume sua culpa e pede perdão
Chalaça
insulta Beija na saída do teatro
Beija
está convicta de que Pedro está envolvido com alguém
Pedro
se torna indiferente com Leopoldina
O casal
discute a relação e ela toca no incidente do teatro
CAP. 184
PEDRO: Porque perguntas
isso? Qual a sua verdadeira intenção, me insultar?
LEOPOLDINA: Intenção nenhuma. Só
quero entender o porquê de seu comportamento frio e distante.
PEDRO: Já disse: problemas,
muitos problemas na administração do reino. A você basta cuidar bem do nosso
filho, guardar repouso. No mais, não tem de se preocupar com nada.
LEOPOLDINA: Preocupo-me com
você. Vejo que está aflito, impaciente, se irrita facilmente com qualquer
coisa. Só queria vê-lo bem.
PEDRO: Agradeço sua
preocupação, mas dos meus problemas só eu mesmo posso cuidar. E agora acho
melhor dormirmos, pois amanhã terei um longo dia pela frente.
LEOPOLDINA: Está bem, senhor
Imperador. Eu só quis ajudar...
PEDRO: Já me ajuda muito se
cuidar bem do nosso bebê. E agora vamos dormir.
Leopoldina se deita, mas não consegue pegar no sono. A
indiferença de Pedro muito a desgosta.
Dias depois...
MARIA FLORA: Não entendo... O
Imperador é outra pessoa. Fico com pena de D. Leopoldina, que faz tudo para
agradá-lo e não recebe sequer um sorriso de agradecimento.
CHALAÇA: O Imperador tem suas
razões, dona Maria, a situação política do reino não é nada boa. D. Pedro tem
enfrentando muitos problemas por conta de dessa Constituinte que instalou.
MARIA FLORA: Não entendo bem
essas coisas... O que é uma constituinte?
CHALAÇA:
É a reunião de deputados e senadores para escreverem uma constituição para o
novo país. A Constituição é a lei máxima de um país. Todas as outras leis são
feitas de acordo com a constituição. A senhora entende?
MARIA FLORA: Mas se é uma
reunião, com um objetivo tão nobre, por quê está dando tanta dor de cabeça?
CHALAÇA: A política é um
ninho de cobras, dona Maria. É uma eterna briga pelo poder. Cada um querendo
mandar mais que o outro, cada um querendo tirar mais proveito que o outro...
O assunto também repercute na casa de Beija.
SEVERINA: Já que o Imperador é
tão poderoso, porque ele mesmo não dita as leis, Sinhá?
BEIJA: Ora, Severina,
porque isso não seria democrático. Os deputados e senadores são representantes
do povo e foram eleitos para fazer a Constituição. Se Pedro ignorasse suas
opiniões, se tornaria um monarca absolutista.
SEVERINA: E quando essa lei
será terminada?
BEIJA: Isso é um processo
longo, pode levar meses... Tudo que diz respeito à vida do país, todos os
artigos da lei são debatidos exaustivamente, porque depois de aprovada todas as
leis deverão seguir a lei-mãe.
Nisso Pedro adentra a cozinha com o pequeno Pedro Antonio nos
braços.
PEDRO: Encontrei esse
pequeno soldado ali fora... Alguém sabe me dizer a que regimento ele pertence?
Beija fica pálida.
Continua amanhã...
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